Prefeito Toninho Gemente terá que devolver recursos da rodoviária de Mairinque

Prefeito De Mairinque, Toninho Gemente Terá Que Devolver Recursos Da Rodoviária Da Cidade

Quem passa pela Rodovia Raposo Tavares, pergunta-se: quando terminarão de construir a rodoviária de Mairinque? Novamente a obra se torna alvo dos candidatos na eleição, com promessas de que agora vão terminar ou simplesmente jogam a culpa em gestões passadas. Mas afinal, qual é o problema?

Recentemente, em vídeo nas redes sociais, o prefeito Toninho Gemente informou que terá que devolver os recursos referentes a várias obras, entre elas a rodoviária. O Jornal Correio do Interior fez o levantamento e a situação descoberta é ainda mais complicada.

O convênio nº 5591 para construção do Terminal Rodoviário de Mairinque, foi uma conquista do ex-prefeito Dennys Veneri, assinado com o Governo do Estado em 27 de junho de 2012, último ano de sua gestão, com investimento previsto em R$ 1.500.000,00. Imediatamente Dennys iniciou a obra, com a terraplanagem, montagem da estrutura de ferro, telhado, alicerce e construção dos guichês, além da reforma do salão anexo e a previsão de entrega era para junho de 2013.

Durante a execução da obra, ainda na gestão Dennys, a empresa contratada decidiu abandonar a obra e seu contrato foi rescindido. Uma nova licitação foi realizada, com a expectativa de cumprir a previsão de entrega em 2013. Com o resultado da eleição daquele ano, Binho Merguizo foi eleito, encerrando a continuidade do grupo político de Dennys Veneri.

Já na gestão Binho Merguizo, a obra permaneceu a maior parte do tempo paralisada. Alguns serviços foram realizados, como acabamento dos guichês, pintura, elétrica e hidráulica, mas não foi terminado. Com as obras de duplicação, Binho decidiu emprestar o local para as empresas utilizarem como canteiro de obras. Binho ao tentar se reeleger, prometeu entregar a obra, mas foi derrotado nas urnas, e a obra do terminal seguiu paralisada.

Alexandre Peixinho assumiu a prefeitura interinamente, logo depois venceu as eleições suplementares e ficou com a responsabilidade de terminar a tão sonhada rodoviária. Mas, com uma crise financeira intensa, com rotineiros bloqueios judicias, logo depois a pandemia de coronavírus, o único objetivo de sua gestão era “manter a população viva”, garantir apenas que os serviços básicos funcionassem – isso arruinou uma possível reeleição.

Chegada à gestão Gemente, problemas com as finanças e com a covid repetiam o ambiente administrativo da gestão Peixinho. Mais de dois anos se passaram, a pandemia acabou, as finanças se normalizaram, mas nada de terminar a rodoviária. O local ficou totalmente abandonado, servindo de abrigo para pessoas em situação de vulnerabilidade e utilizado por usuários de entorpecentes. Além da vandalização da estrutura, a falta de vigilância e manutenção, a estrutura ficou em estado precário.

Segundo apuramos, o DER fez repasse no montante de pouco mais de R$ 1 milhão, faltando apenas uma última parcela de R$ 425.516,00 para conclusão da obra. Recentemente, em fevereiro deste ano, através de um requerimento do vereador Abner Segura, o prefeito Gemente informou que não havia previsão para o término, até que fosse feito levantamento e planilhamento da obra. Não há informações se a prefeitura efetivamente realizou tais estudos.

Hoje, fazem exatamente 14 anos desde que Dennys Veneri assinou este convênio, devíamos estar embarcando e desembarcando de ônibus neste terminal, mas as gestões que o sucederam foram incapazes de terminarem a tão sonhada rodoviária. É mais uma obra inacabada em Mairinque que faz aniversário sem servir seu real propósito.