Segundo dados da Defesa Civil, levantados na tarde desta quarta-feira (24), a cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo, registrou o mês de janeiro mais chuvoso desde 2004, com 422mm acumulados em 25 dias.
Inclusive, este número é bem superior ao registrado em janeiro daquele ano, que tinha batido o recorde de 368,5mm, porém somando todos os 31 dias do mês.
Um dos principais responsáveis por este recorde foi a tempestade deste último sábado (20), onde Sorocaba registrou cerca de 150mm de chuva, que causou vários estragos, incluindo a morte de uma idosa de 73 anos e o alagamento do hospital Gpaci.
Sobretudo, as áreas mais afetadas foram as zonas Leste e Norte, que possuem bairros perto de córregos e do Rio Sorocaba, que transbordaram e inundaram a maioria dos bairros.
Não obstante, cerca de 512 famílias perderam suas casas, segundo a Prefeitura, sendo que algumas delas ainda não conseguiram voltar para casa e hoje vivem em hotéis.
Por sorte, o estrago não foi pior porque as chuvas não afetaram a rede elétrica e a rede de abastecimento de água e muito menos as árvores, que conseguiram resistir ao temporal.
Mesmo assim, bairros como o Parque Vitória Régia e Avenida Dom Aguirre continuam alagados até esta quinta-feira (25) e a Prefeitura corre contra o tempo para contratar uma empresa que faça a drenagem da água.
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Situação vai piorar ainda mais nos próximos dias
Para piorar esta situação, a Defesa Civil Estadual lançou um novo alerta para tempestades em Sorocaba até o próximo sábado (27), porém com acumulado de até 60mm, principalmente a partir de amanhã.
Além disso, a previsão a médio prazo do Climatempo prevê um cenário pior ainda, com previsão de chuvas nos próximos 15 dias, até a primeira semana de fevereiro, e com temperaturas abaixo do esperado para o mês, na casa dos 25 a 31 graus.
Por que está chovendo tanto em Sorocaba?
Primeiramente, dois aspectos importantes ajudam a entender sobre o porquê de estar chovendo tanto em Sorocaba:
O primeiro deles é o verão, que comumente é um mês quente e chuvoso, que por conta do Aquecimento Global, tem seus efeitos ampliados ao extremo, com fortes ondas de calor e chuvas torrenciais sempre que há frentes frias avançando.
Por fim, o segundo e o mais determinante deles é o El Nino, que segundo a agência norte-americana espacial NOAA atingiu o pico neste trimestre de novembro, dezembro e janeiro, mas que começará a perder a força em março, inclusive indicando o retorno da La Nina na metade do ano.
Com o El Nino, os dias ficam mais quentes e chuvosos no Centro-Sul do Brasil, e inclusive impulsionando a formação das ZCAS, a Zona de Convergência do Atlântico Sul, uma corrente de umidade que leva a chuva da Amazônia para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.
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Gabriel Kazuo Sato se formou em Jornalismo pela ESAMC em 2017 e mesmo sendo portador de deficiência auditiva, visual e facial, nunca deixou que isto atrapalhasse sua dedicação e empenho nas tarefas. Já produziu inúmeras pautas de Esportes, Famosos, Cidades, conteúdo Evergreen, Politica e Saúde. Na faculdade, trabalhou na Agência Bagagem como estagiário no setor de Redação Publicitária.