É falsa a informação que Dennys Veneri fechou hospital de Mairinque

É Falsa A Informação Que Dennys Veneri Fechou Hospital De Mairinque

Os mais novos não vão se lembrar, mas sim, Mairinque tinha um hospital. A BHM – Beneficência Hospitalar de Mairinque, fundada em 1965, e com doação de área em 1975, era uma entidade com objetivo de promover saúde para toda comunidade local. Sempre é lembrada por todos os mairinquenses que sonham com a reabertura dos serviços hospitalares, lembrado principalmente em época de eleições, com promessas de reabertura e boatos sobre seu fechamento.

O principal boato, é de que o hospital teria sido fechado por culpa do ex-prefeito Dennys Veneri. Mas a final, é fato ou fake?

Na década de 80, existiu o chamado INPS, que bancava o sistema de saúde, porém aqueles que não o tinha, em geral, desempregados, não eram atendidos e tinham de pagar os custos com saúde. Com isso, a necessidade de se ter e manter uma entidade filantrópica, com repasses da Prefeitura para atender os desassistidos.

Para a construção do Hospital da BHM, várias campanhas e festas foram realizadas. Doações de empresas e da comunidade, faziam o projeto se tornar realidade. A Companhia Brasileira de Alumínio e a Prefeitura de Mairinque foram as principais incentivadoras.

Em 1990, enfim, foi instituído um amplo sistema de saúde, o Sistema Único de Saúde – SUS, e todos passaram a ter direito ao atendimento integral a saúde. Mas, os municípios ficaram com o maior custo do sistema SUS, recebendo repasses da União insuficientes para a manutenção de todas as despesas. Isso sem contar, que com a emancipação de Alumínio, tudo mudou economicamente para Mairinque.

Logo, a BHM começou a contrair dívidas, com decaimento dos serviços prestados, o que tornou sua sobrevivência insustentável. Entre 2001 e 2004, na gestão Toninho Gemente, paralizações e greves começaram a acontecer na BHM, isso por causa do avolumar das dívidas que causava a falta de pagamentos de funcionários e fornecedores.

Como valor do repasse da Prefeitura era insuficiente para cobrir os custos de atendimento, aindaem 2003 a Diretoria do Hospital resolveu pedir ajuda ao Governo do Estado, mas sem êxito. A Prefeitura então designou uma espécie de comissão para acompanhar a gestão, para no mínimo garantir os serviços do Pronto Atendimento.  

na Gestão Dennys Veneri, houve um aumento nos valores dos repasses, mas não adiantou, pois a crise financeira era enorme, literalmente irremediável, forçando a BHM fechar seu setor de maternidade em 2007, passando a demanda para hospitais da região, como por exemplo a Santa Casa de São Roque. Logo em 2009, não houve outra saída senão suspender as internações.

Naquele momento, funcionários, prestadores de serviços e fornecedores voltaram a ter problemas com os pagamentos, colocando a BHM em verdadeiro estado terminal.  No mesmo ano, 2009, após greves e paralisações, com um déficit de R$ 80.000,00 mensais, a diretoria da Beneficência Hospitalar de Mairinque decidiu encerrar suas atividades.

Não restaram alternativas, o Prefeito Dennys precisou intervir, movimentar todos os esforços para manter em funcionamento o essencial, que era o Pronto Atendimento.

Dennys e sua Secretaria de Saúde, colocaram médicos, equipes de enfermagens e todos os insumos necessários dar continuidade ao atendimento da população. Logo, foi implantado em outro anexo da BHM, o Centro de Diagnósticos CEDEM, uma espécie de pequena policlínica com especialidades médicas. Também instalado no local o SAMU e Resgate Municipal.

Com o pagamento de aluguel por parte da Prefeitura, referente ao uso do anexo onde funcionava o Pronto Atendimento, a entidade conseguia fazer caixa para ir saudando suas dívidas. Anos depois, foi levantada a possibilidade de levar o imóvel a Leilão, tese não aceita pela Prefeitura.

Em 2015, a Prefeitura de Mairinque decidiu ingressar no judiciário, onde o Prefeito Binho requeira o cumprimento da chamada “clausula de retrocessão”, que é a obrigação de devolver o bem expropriado ao seu proprietário original. Enfim em 2016, o judiciário atendeu o pedido e devolveu a área de 29,7 mil metros, onde está construído o antigo hospital, e com isso a Prefeitura deixou de pagar aluguel para uso do prédio.

Ali encerrava-se a história do Hospital de Mairinque, restando apenas um imenso prédio, parte funcional e parte abandonado, um cenário ideal para muitas promessas políticas. A conclusão do Jornal Correio do Interior é de que a responsabilidade pelo fechamento do hospital é de sua própria diretoria, não do prefeito à época Dennys Veneri, tampouco de seus antecessores, portanto “É FAKE!”

É FATO OU É FAKE?, é o banco de informações do Correio do Interior que monitora e faz a checagem de conteúdos duvidosos, mensagens disseminadas pelo celular e internet, boatos do mundo político e traz para o leitor o que realmente é ´verdadeiro ou falso. Mande sua dúvida para nós, participe!