O Brasil será representado por 280 atletas nos Jogos Paralímpicos de Paris, sendo 255 com deficiência e disputando 20 modalidades. Essa é a maior delegação brasileira já anunciada para uma edição fora do Brasil. O alto número demonstra que há espaço para quem quer transformar a vida por meio do esporte, caso de cinco paratletas de Sorocaba (SP) que fazem parte do projeto Atletismo Paralímpico, da Associação Criança Feliz.
Treinados por Willian Santos, eles buscaram a ajuda do Centro Universitário Facens – referência nacional em metodologias inovadoras de educação nas áreas de engenharia, tecnologia, arquitetura e saúde – para desenvolver luvas que pudessem ajudá-los a melhorar o desempenho nas competições e, quem sabe, confirmar o sonho de estar entre os paratletas de elite no futuro.
A conexão se deu por meio do Laboratório de Inovação Social (LIS) Facens em parceria com o Fab Lab da Instituição – um laboratório-oficina que oferece fabricação digital e um conjunto de ferramentas controladas por computador. Lá foram projetadas e desenvolvidas as luvas paralímpicas. “Eles usavam esparadrapos e isso é complicado, pois pode machucar e não protege tanto a mão quanto as luvas que estão usando agora”, explica Santos.
De acordo com Tamara Nanni, membro do LIS Facens, “a principal utilidade dessas luvas é proporcionar maior conforto aos paratletas, pois são feitas em impressoras 3D e com material ABS. Isso permite que elas sejam feitas em tamanhos diferentes. No início foram produzidas três, mas depois o projeto cresceu e mais luvas foram entregues aos paratletas”, conta.
Santos conta que “apesar do novo equipamento precisar de uma adaptação, que é diferente para cada paratleta, a luva auxilia na propulsão para que eles possam ter um encaixe melhor entre a roda e a empunhadura da pessoa, gerando mais velocidade e segurança na hora da corrida. Além disso, é essencial para não machucar as mãos e os dedos, o que acontece muito sem a luva e faz toda a diferença no dia a dia de cada um deles”.
Os atletas que foram beneficiados com a ação são Ieda, de 28 anos, que compete oficialmente e é a segunda do Brasil na prova dos 100m rasos na classe T53; Gabriel Henrique Martins, 12 anos, conquistou o 3° lugar nas Paralimpíadas Escolares Nacionais em 2023; Jhonatan da Costa e Alice Garcia, ambos de 11 anos, competirão pela primeira vez na prova dos 60m nas Paralimpíadas Escolares; e Isaac Carvalho, 17 anos, utiliza a luva há mais tempo, com excelente desempenho. Atual 3° colocado do Campeonato Brasileiro Sub-20 na classe T34, ele competirá no Campeonato Paulista, em setembro.
“As luvas têm ajudado muito, é um processo contínuo e que precisa ser aperfeiçoado. Mas a Facens nos permitiu mudar de patamar nas competições e esperamos alcançar ainda mais resultados nas próximas”, afirma Santos.
Da universidade para a comunidade
Gabriela Gonçalves do Espírito Santo, aluna do 3º semestre de Arquitetura e Urbanismo, conta que participou desde a primeira etapa do projeto. “Houve o treinamento de impressão 3D no FabLab do Centro Universitário Facens para aplicá-lo na produção das luvas e só depois produzimos. Isso foi crucial para aprendermos a utilizar corretamente o maquinário. Além disso, conhecer os atletas e entregar o material foi impactante. Ver a alegria e a gratidão nos rostos foi uma experiência inesquecível”, diz.
“Unir os esforços, além de atender a essa demanda, promoveu a integração e não só beneficiou as atletas, mas também proporcionou aos alunos experiências práticas de aprendizado, planejamento, e consciência social. Tudo isso pode ser aplicado no futuro profissional de cada um deles”, explica Tamara.
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Jornalista com mais de 9 anos de experiência, estudou na faculdade ESACM, e trabalho no Jornal impressos O Democrata, com circulação na região de São Roque, interior de São Paulo, bem como trabalhou na televisão na REDETV em Osasco, sendo produtor do RedeTV News, trabalhou por um período no São Roque Notícias em 2011, e fundou o popular jornal Correio do Interior em 2016. Em 2020 tornou-se correspondente do Metrópoles no interior de São Paulo. Ainda em 2020 foi convidado pelo Google Brasil a participar do Google News Initiative (GNI) para aprimorar-se em boas práticas do jornalismo digital. Como jornalista é especialista em assuntos de vagas de trabalho, noticias locais e conteúdos de editoria regional e policial.