Alunos de São Paulo terão direito a receber bolsa auxílio de R$ 1 mil mensal a partir de fevereiro de 2025

Alunos de São Paulo terão direito a receber bolsa R$ 1 mil mensal a partir de fevereiro de 2025. O governo do Estado de São Paulo lançou nesta quarta-feira (2) o programa BEEM (Bolsa Estágio Ensino Médio), direcionado aos estudantes de ensino médio técnico da rede pública estadual. A partir de fevereiro de 2025, o programa disponibilizará 5 mil vagas de estágio em parceria com empresas que atuam nas áreas de estudo dos alunos.

Os estagiários receberão um auxílio financeiro de até R$ 1 mil por um período de seis meses, para jornadas de quatro horas diárias, totalizando 20 horas semanais. De acordo com o secretário estadual de Educação, Renato Feder, o valor exato da bolsa ainda não foi definido, mas não ultrapassará esse limite.

“O que a lei permite é uma flexibilidade de até R$ 1 mil. Estamos avaliando se será um valor fixo ou variável, dependendo da área de atuação, como a TI, que tradicionalmente tem valores mais altos.”

Junto ao BEEM, outro programa será lançado, oferecendo bolsas para monitoria. Estudantes de séries avançadas ajudarão colegas mais novos nas disciplinas em que apresentem dificuldades. Esse auxílio será menor do que o valor da bolsa de estágio.

“É uma maneira de valorizar nossos alunos e ao mesmo tempo apoiar aqueles que estão enfrentando defasagens”, comentou Feder.

Expansão do bolsa auxílio para 2026

O programa BEEM deve expandir rapidamente. Em 2026, a expectativa é que o número de vagas aumente para 30 mil. Em 2025, com a previsão de 170 mil alunos cursando o ensino médio técnico, o programa beneficiará inicialmente 3% desses estudantes, alcançando 17,6% no ano seguinte.

Apesar das limitações iniciais, Feder enfatizou a estratégia de “começar pequeno” para garantir que as empresas estejam preparadas para contratar os estagiários, oferecendo uma experiência profissional válida. “Queremos estimular o ‘sim-sim’: sim, estuda; sim, trabalha”, disse Feder, em uma referência ao conceito de jovens “nem-nem”, aqueles que nem estudam nem trabalham, um problema que afeta grande parte da juventude brasileira.

Como funcionará o processo de seleção

As empresas interessadas devem se cadastrar no programa, e os estudantes poderão se candidatar às vagas disponíveis em sua região. O processo de seleção será semelhante a uma contratação comum, com a análise de histórico escolar e entrevistas. Durante os primeiros seis meses, o governo estadual subsidiará o pagamento do estagiário, após o que a empresa decidirá se continua ou encerra o contrato.

Quem pode participar

Podem se inscrever no BEEM os alunos do 2º e 3º ano do ensino médio técnico, que fazem parte da rede estadual. Escolas que oferecem ensino integral de 7 horas diárias também permitem a participação dos alunos no programa, que poderão realizar o estágio pela manhã.

Atualmente, a rede estadual oferece nove cursos técnicos, incluindo Administração, Ciência de Dados, Agronegócio, Desenvolvimento de Sistemas e Enfermagem. A área de administração é a mais procurada, com quase 55 mil estudantes inscritos, seguida pelo desenvolvimento de sistemas (13,7 mil) e vendas (12,6 mil).

O governo estadual também anunciou a ampliação das escolas que oferecem ensino técnico, de 1.393 para 1.911 até 2025, aumentando a cobertura de 349 para 463 municípios.

Esse é um passo significativo na valorização da educação e na inserção dos jovens no mercado de trabalho. Como disse o escritor francês Victor Hugo: “Quem abre uma escola fecha uma prisão”. O programa BEEM não só promove a educação, mas também oferece uma oportunidade para que os jovens construam um futuro melhor.