O Gaeco, órgão do Ministério Público Estadual, julgará a conduta de dois secretários da Prefeitura de Sorocaba, cidade do interior de São Paulo, por suspeita de superfaturamento na compra de um prédio público.
Segundo o Gaeco, ambos fazem (ou faziam) parte da gestão atual do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e segundo a denúncia, eles compraram um prédio para ser sede da Secretaria da Educação por R$ 10 milhões a mais em relação ao preço original.
A denúncia foi feita em janeiro de 2023, e os envolvidos são o secretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Henrique Marcelo, e o ex-secretário de Administração e já exonerado do cargo, Fausto Bossolo.
Além deles, o esquema ainda envolvia outros empresários e engenheiros que podem ser presos em regime fechado a depender do julgamento que deverá ser marcado ainda neste ano.
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Entenda o Caso
Primeiramente, tudo começou em 2021, no primeiro ano da Gestão Manga, onde uma das propostas iniciais era construir um novo prédio para a Secretaria da Educação, no bairro Portal da Colina.
De acordo com as investigações, a obra deveria custar R$ 20 milhões, mas o valor informado pela Prefeitura foi de R$ 29,8 milhões, quase R$ 10 milhões acima do previsto, o que gerou suspeitas por parte do Ministério Público.
Entre 2021 e 2023, o Ministério Público ouviu cerca de 20 pessoas aproximadamente que confirmaram a denúncia, gerando assim o relatório final de indiciamento que começou a valer a partir de hoje.
Sobretudo, até mesmo um dos engenheiros que determinaram o valor da obra está envolvido, e segundo o Gaeco, ele não tinha capacidade para determinar o valor final da obra.
Todas essas irregularidades ”tinham aval” dos secretários envolvidos, inclusive com Paulo Henrique sabendo o valor real das obras e ocultando este valor da Prefeitura de Sorocaba, que nada sabia das irregularidades.
Outros crimes e irregularidades
Além de aumentar o valor da obra de forma indevida, o engenheiro que cosntruiu o prédio ainda colocou na planta coisas que sequer seriam esperadas para uma sede da Secretaria da Educação, como elevadores supersônicos e até mesmo um heliporto.
Inclusive, ele já foi ouvido pelo Gaeco e confessou que recebeu cerca de R$ 20 mil para inflar o valor do prédio e colocar informações das obras desnecessárias.
Segundo o laudo, todos os envolvidos responderão pelos seguintes crimes:
- Peculato (somente Paulo Henrique, Fausto Bussolo e Arrebaldo Negretti e os empresários Renato Machado de Araújo Fomnseca e Arthur Fonseca Filho);
- Corrupção ativa (Fausto Bussolo);
- Corrupção passiva (Arrebaldo Negretti, engenheiro chefe da obra).
Todos eles podem pegar 12 anos de prisão somadas todas as penas, e todo o valor da obra deverá ser devolvido para os cofres públicos.
O que diz a defesa dos acusados?
A defesa dos empresários Renato Machado Fonseca e Arthur Fonseca Filho disse que ambos são inocentes e que estão confiantes de que os dois não serão punidos no final do julgamento.
Tanto os secretários Paulo Henrique Marcelo, Fausto Bussolo quanto o engenheiro Arrebaldo Negretti disseram ao Correio do Interior que não irão se pronunciar.
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Jornalista com mais de 9 anos de experiência, estudou na faculdade ESACM, e trabalho no Jornal impressos O Democrata, com circulação na região de São Roque, interior de São Paulo, bem como trabalhou na televisão na REDETV em Osasco, sendo produtor do RedeTV News, trabalhou por um período no São Roque Notícias em 2011, e fundou o popular jornal Correio do Interior em 2016. Em 2020 tornou-se correspondente do Metrópoles no interior de São Paulo. Ainda em 2020 foi convidado pelo Google Brasil a participar do Google News Initiative (GNI) para aprimorar-se em boas práticas do jornalismo digital. Como jornalista é especialista em assuntos de vagas de trabalho, noticias locais e conteúdos de editoria regional e policial.