Evento em São Paulo marca 50 anos da invasão e ocupação turca em Chipre

Evento Em São Paulo Marca 50 Anos Da Invasão E Ocupação Turca Em Chipre

A Embaixada da República de Chipre no Brasil realizou, no Centro Cultural São Paulo, um evento cultural e informativo em homenagem aos 50 anos da invasão e ocupação turca no território cipriota. A programação contou com uma exposição fotográfica composta por registros históricos do Arquivo do Gabinete de Imprensa e Informação (GII) da República de Chipre, além da exibição do curta-metragem “Operação Museu”, produzido especialmente para a ocasião.

O evento aconteceu na Sala Flávio de Carvalho, situada no Centro Cultural São Paulo, próximo à Rua Vergueiro. O anfitrião da noite foi o embaixador da República de Chipre no Brasil, Dr. Vasilios Philippou, que recepcionou autoridades, ministros, juízes e convidados de destaque, como o adido de Saúde e patologista Dr. Luiz Teixeira da Silva Junior. Após a programação oficial, uma recepção foi oferecida aos participantes.

A questão de Chipre

A história contemporânea de Chipre é marcada por intensos conflitos étnicos e políticos, culminando na invasão turca de 1974. Localizada no Mediterrâneo Oriental, a ilha abriga majoritariamente cipriotas gregos, com uma minoria de cipriotas turcos. Décadas de tensões entre as comunidades, agravadas por disputas de poder, levaram ao envolvimento da Grécia e da Turquia, nações com fortes laços históricos e culturais com os dois grupos.

Em julho de 1974, após um golpe de Estado apoiado pela Grécia visando a anexação de Chipre, a Turquia respondeu com uma intervenção militar. O resultado foi a ocupação de cerca de 37% do território da ilha pelas forças turcas, uma situação que permanece inalterada, apesar de diversas tentativas de negociação mediadas pela ONU. A porção ocupada foi unilateralmente declarada como “República Turca do Norte de Chipre”, reconhecida apenas pela Turquia.

Esse evento dividiu abruptamente a ilha, forçando milhares de pessoas a abandonarem seus lares, enquanto patrimônios culturais foram destruídos ou saqueados. Até os dias atuais, a questão cipriota continua sem solução e é considerada uma das disputas internacionais mais complexas.

Destaques do evento

A exposição fotográfica apresentou imagens que retratam os danos causados pela ocupação e os esforços de preservação da memória cultural e histórica da ilha. O curta-metragem “Operação Museu” abordou a importância da conservação do patrimônio cultural cipriota, um tema delicado devido às perdas e destruições nas áreas ocupadas.

Para o Dr. Luiz Teixeira da Silva Junior, adido diplomático representando o consulado de Chipre em São Paulo, eventos como esse são cruciais para estimular o diálogo e aumentar a conscientização sobre os impactos culturais e humanitários de conflitos internacionais.

“O resgate da memória histórica é vital não apenas para os cipriotas, mas para toda a comunidade global que deseja aprender com o passado para construir um futuro de paz e respeito entre as nações”, destacou o médico.