O trabalho realizado por Fernando Diniz a frente do São Paulo FC é exemplar, pelo menos até este momento. Líder do Brasileirão 2020, seu trabalho impressiona pela ofensividade típica do futebol europeu, embora a saída de jogo seja algo que precise ser melhorado.
Outro fator marcante que define o trabalho de Diniz é o seu temperamento a frente do campo. Bastante explosivo, o treinador usa palavras bastante duras para cobrar seus atletas, algo que vem chamado atenção da Imprensa, que muitas vezes interpreta esse jeito ”casca grossa” de ser, com desrespeito. E por incrível que isso possa parecer, atletas que já trabalharam com ele nunca demonstraram estar ofendidos com o que ele fala.
Diniz teve passagens por três equipes da Região de Sorocaba: Atlético Sorocaba, Votoraty (Votorantim) e Paulista (Jundiaí). Atletas treinados por ele contam que a forma como ele discutiu com o volante Tchê Tchê, durante o duelo contra o Bragantino, na última quarta-feira (06), chamando-o de ”mimadinho”,” perninha”, e ”ingrato”, é bastante comum, e que isso nunca os incomodou.
História de Fernando Diniz
Fernando Diniz começo0u sua carreira em Votorantim, treinando o já extinto Votoraty. Seus primeiros dois títulos foram uma terceira divisão do Paulistão, e uma Copa Paulista, em 2009. Beto Cavalcante, ex-zagueiro do clube, afirma que na época, era comum haver discussões tensas entre o treinador e os atletas nos jogos:
” Ele é intenso e vive isso dessa maneira. O Diniz é um apaixonado pela bola. A partir do momento em que o grupo conhece o Diniz, isso se torna normal. A maioria dos atletas prefere dessa forma”.
Mudando para o Paulista de Jundiaí, Diniz foi novamente campeão da Copa Paulista. Pelo Galo do Japi, atletas como o meia Fábio Gomes elogiaram sempre seu estilo ofensivo:
”Ele me explicou que era opção e acabamos nos abraçando e chorando. Ele é intenso e vive isso dessa maneira. O Diniz é um apaixonado pela bola. A partir do momento em que o grupo conhece o Diniz, isso se torna normal. A maioria dos atletas prefere dessa forma”, disse.
No Atlético Sorocaba, também já extinto, Fernando Diniz também brigava muito com os atletas. Mas, para Waldir Cipriani, ex-vice-presidente do Galo de Sorocaba, esses xingamentos sempre eram pelo bem da equipe:
”Nós tínhamos de ser pontuais, com pagamento de salários, bichos e o que se combinava. Ele era muito exigente, saíam aqueles palavrões que, pessoalmente, nunca gostei. Mas funcionava, porque o jogador entendia a linguagem, não era machucar ou desprezar o jogador ou colocar para baixo. O objetivo era entender a proposta de jogo, e os resultados vinham. Ele é um cidadão que cumpre sua responsabilidade, exigia ao máximo e as coisas davam certo. Não perco um jogo do Diniz, ele é um fenômeno que precisa ser estudado”.
Em seu último grande trabalho antes de assumir o São Paulo, no Audax, em 2016, alguns jogadores, como Rodrigo Sabiá, que na época era zagueiro do clube, explica que desde aquele período quando o treinador e o volante Tchê Tchê faziam parte do elenco, o relacionamento entre os dois sempre foi desse jeito. Ele conta que Diniz sempre chamava o volante de ”mimadinho”, por exemplo, e que ele nunca se importou em ser tratado assim:
”Eles sempre foram muito parceiros. O Diniz sempre chamou o Tchê Tchê de mimadinho. Assistindo o jogo dei risada na hora, passou um filme na cabeça. Mesma fala do Audax agora no São Paulo, mas a repercussão agora é maior. Tenho certeza que os dois se abraçaram e está tudo certo.”.
Gabriel Kazuo Sato se formou em Jornalismo pela ESAMC em 2017 e mesmo sendo portador de deficiência auditiva, visual e facial, nunca deixou que isto atrapalhasse sua dedicação e empenho nas tarefas. Já produziu inúmeras pautas de Esportes, Famosos, Cidades, conteúdo Evergreen, Politica e Saúde. Na faculdade, trabalhou na Agência Bagagem como estagiário no setor de Redação Publicitária.