Polícia vai ouvir sexta estudante do colégio Uirapuru Sorocaba após criar e divulgar imagens íntimas de estudantes com IA

Aluno Do Colégio Uirapuru Sorocaba É Investigado Por Criar E Divulgar Imagens Intimas De Alunos Com Ia

Será ouvido, amanhã, na sexta-feira (23), o estudante que registrou imagens de colegas do colégio Uirapuru Sorocaba, no qual estuda e modificou as imagens com IA, deixando os colegas sem roupas e divulgando as imagens íntimas com demais estudantes.

Cerca de 1.500 fotos foram divulgadas entre demais estudantes. O caso aconteceu durante uma viagem de estudantes em um sítio em Minas Gerais, no qual passaram quatro dias.

O caso se tornou público após 10 mães de alunos do colégio Uirapuru, registram boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil.

Em suma, o caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Sorocaba, mas passou a ser apurado pela Delegacia da Infância e da Juventude. Ainda ao que apurado pelo Jornal Correio do Interior, o caso ainda deve ser encaminhado para Vara da Infância e Juventude para que o Ministério Público aplique a medida sócio educativa ao jovem que cometeu o ato.

Brevemente ao que apurado pelo jornal, o adolescente que criou as imagens íntimas dos colegas, é filho de um empresário conhecido na cidade, que tem uma concessionária de veículos de Sorocaba.

Vale destacar que essa ação é chamada na tecnologia de IA como deepfake, no qual é possível alterar desde vídeos as imagens e até mesmo áudio.

O aluno que cometeu ação foi transferido de escola pelos seus pais que tiveram conhecimento do caso, para evitar retaliações. Ainda na terça-feira, as mães das alunas registraram boletins de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher de Sorocaba, e o caso foi transferido para a Delegacia da Infância e da Juventude.

O que diz o colégio Uirapuru Sorocaba?

Brevemente em nota ao Correio do Interior, o Colégio Uirapuru informou que teve conhecimento do caso e acompanha a investigação juntamente com a Polícia, bem como colabora com as investigações.

“Em respeito a todas as famílias envolvidas nas denúncias, e principalmente por tratar-se de menores, estamos conduzindo o tema com a maior sensibilidade possível.Sempre trabalhamos no intuito de formar alunos conscientes do uso responsável das novas tecnologias, através de palestras e projetos internos, pois entendemos que essa é parte da nossa missão na educação de cidadãos empáticos e responsáveis”, reforçam.

O que é DeepFake na IA?

Deepfake é uma tecnologia que utiliza inteligência artificial e aprendizado de máquina para criar vídeos, imagens ou áudios falsificados, mas extremamente realistas, nos quais o rosto, a voz ou o corpo de uma pessoa é substituído ou alterado para parecer que ela está dizendo ou fazendo algo que, na realidade, nunca aconteceu. O termo “deepfake” vem da combinação de “deep learning” (aprendizado profundo) e “fake” (falso).

Essa tecnologia funciona a partir de redes neurais artificiais, que analisam e aprendem padrões em grandes quantidades de dados visuais ou auditivos. Com esses dados, a IA pode gerar novas versões desses padrões, criando uma imagem ou vídeo que parece incrivelmente autêntico. Um dos exemplos mais comuns de deepfake é o de rostos de celebridades sendo inseridos em vídeos ou fotos onde nunca estiveram.

Embora a tecnologia de deepfake tenha aplicações legítimas, como no cinema para efeitos especiais ou na recriação de vozes para preservar o trabalho de atores, ela também levanta preocupações significativas. Deepfakes podem ser usados para espalhar desinformação, criar conteúdos comprometedores ou enganosos, ou até mesmo para manipular opiniões públicas, o que levanta questões éticas e de segurança. Por isso, o debate sobre o uso e a regulamentação dos deepfakes continua crescendo à medida que a tecnologia se torna mais acessível e sofisticada.